Sempre acreditei que abençoados são os pais que tem filhos especiais. Acho que somos escolhidos a dedo! Sim porque com eles temos muito o que aprender e a ensinar.
Mesmo sendo um grande desafio é um momento único para nos tornarmos seres humanos melhores! Eu acredito nisso!
Meu filho hoje tem 6 anos. Ele nasceu com uma perda auditiva profunda bilateral, ou seja, surdo!
Criei esse espaço para ser o meu lugar de desabafo. Aqui compartilharei meus desafios, conquistas e também espero ajudar outras mães que tenham filhos surdo como eu ou qualquer outra deficiência.


quarta-feira, 21 de julho de 2010

Planos de saúde não são mais obrigados a cobrir implantes auditivos

Bom dia,

Hoje assistindo ao jornal Hoje pela manhã, assisti essa reportagem que no mínimo é polêmica:

A resolução da ANS provoca polêmica. Os planos de saúde não são mais obrigados cobrir implantes em deficientes entre 6 e 18 anos. Para as outras faixas etárias, os planos só precisam pagar pelo implante de um ouvido.



Nascer sem poder ouvir a melodia de uma canção, os muitos sons da natureza. Viver no silêncio. A ciência tem muitos recursos para melhorar a vida de quem tem deficiência auditiva. Mas especialistas dizem que uma decisão da Agência Nacional de Saúde acabou tornando mais difícil o acesso a esses recursos.


A partir de agora, os planos de saúde não são mais obrigados a cobrir implantes auditivos. Uma resolução da Agência Nacional de Saúde desobriga os planos de saúde a cobrirem implantes em deficientes entre 6 e 18 anos. Para as outras faixas etárias, os planos só precisam pagar pelo implante de um ouvido.

Sentir o novo e aprender o que parece comum. Para Francisco, é o despertar de 11 anos vivendo no silêncio. O menino que nasceu com deficiência auditiva colocou um implante no ouvido há dois meses.

“Quando chegamos em casa, ele queria treinar, queria ouvir o barulho. Pediu para o pai sair, o pai dele batia na porta e ele dentro. Ele ouvia o barulho, ia lá e abria a porta. A alegria dele é muito legal”, conta a mãe do Francisco, Marinalva Costa.

O implante é feito na parte interna do ouvido, envolvendo a cóclea, onde ficam as células auditivas. Do lado de fora, um aparelho com microfone e antena transmite o som para o equipamento interno que conduz direto ao nervo e dali para o cérebro.

A operação e o aparelho são caros, totalizam em média R$ 100 mil. A família de Francisco só conseguiu fazer usando o plano de saúde e foi por pouco. Um mês depois, a Agência Nacional de Saúde (ANS) mudou as regras.

Agora, o paciente que tiver entre 6 e 18 anos e precisar do implante não pode mais fazer pelo convênio. A portaria da ANS impõe outras restrições. Para as demais idades, o plano de saúde deve cobrir as despesas para apenas um ouvido. A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia contesta.

“Uma pessoa que nasce, por exemplo, sem audição o ideal é que ela faça no primeiro, segundo ano de vida, porque as células ainda estão ativas e podem ainda entender. Quanto mais tempo sem ouvir, piora situação dela no que diz respeito ao resultado”, explica o presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia Ricardo Ferrreira Bento.

Críticas também são feitas à nova regra que desobriga o convênio a custear as cirurgias dos dois ouvidos.

“Em vez de dar um óculos com duas lentes paras pessoas que têm dois olhos, você dá um monóculo que usava há 200 anos, porque um monóculo é uma lente só. É mais barato do que duas. Pessoa vai enxergar com monóculo. Mas é muito melhor você ter dois olhos”, argumenta o presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia Ricardo Ferrreira Bento.

Depois de perder a audição por causa de uma meningite, o assessor técnico Walter Kuhne Junior colocou o implante em um ouvido, mas sentiu a necessidade de operar o outro.

“Eu tinha muito dificuldade em restaurantes na hora do almoço, falar ao telefone, até manter uma conversa com uma pessoa em frente que estava ali na mesa almoçando comigo. Puxa vida, faz uma diferença. Realmente mudou a minha vida para melhor”, compara o assessor técnico Walter Kuhne Junior.

Em nota, a Agência Nacional de Saúde informou que não foram apresentadas evidências científicas de que o implante em dois ouvidos seja superior ao implante em apenas um ouvido. Mas a ANS diz que se novas pesquisas comprovarem essa necessidade, a regra pode sofrer mudanças novamente.


Para assistir a matéria em vídeo clique aqui!

No mínimo absurdo,né? Quer dizer que se uma pessoa tem alguma doença na infancia e perde a audição ela não tem direito a fazer o implante? ou ainda a criança é surda mas só agora os pais descobriram a maravilha que um IC pode fazer e também não podem?

Espero que a ANS veja que essa necessidade realmente existe e mude novamente a regra.

Vou pedir para a Lak dar seu pitaco aqui.

Beijos

2 comentários:

Lak disse...

Sabine,
o problema dessa resolução é que parece ter sido feita em cima de uma base exclusivamente financeira, sem qualquer intervenção de profissionais especializados no Implante (e em todas as outras áreas onde ela mexeu).
Falar que basta audição de um lado é absurdo, porque a natureza humana nos dota de dois ouvidos. Eu uso IC monolateral porque meu ganho com AASI é suficiente para fazer eco com o IC. Mas e quem não tem audição residual suficiente? A argumentação das seguradoras é que precisam contemplar mais gente e essa cirurgia é cara. Ora, imagine se te vendessem um carro com metade do motor, sob argumentação que a outra metade foi pra ajudar outra pessoa?? Quem precisa do IC bilateral precisa dele porque, como todo mundo, audição bilateral é o ideal para se ouvir perfeitamente. O cérebro precisa de eco dos dois lados para localizar o som, por exemplo.
Sobre crianças de 6 a 18 anos que não são mais contempladas com o IC, trata-se de crianças pré-linguais. Realmente, o resultado sobre a fala da criança só é garantido se o IC foi feito antes dos 6 anos ou ela for pós lingual. Mas o IC não serve somente para impedir o sotaque da voz de uma criança deficiente auditiva. Serve para inseri-la num vastissimo universo sonoro, que inclui muitissimas coisas além do sotaque da fala.
Essa resolução só serve para desfavorecer milhares de pessoas que podem ser verdadeiramente ajudadas pelo Implante Coclear. Absolutamente lamenável!
Beijocas

Sabine Schaade disse...

Tomara que a ANS volte atrás.
Beijos