Ano de 2017, 13ª edição da Virada Cultural aconteceu em São Paulo e para a minha surpresa ao olhar a programação da Viradinha que é voltada para o público infantil, não encontrei nada acessível.
Eu como mãe sei das diversas dificuldades que o sujeito surdo enfrenta no dia dia, mas o foco do texto de hoje é a Virada Cultural.
Lembrando o capítulo IX da LBI (Lei brasileira de Inclusão):
O Direito à Cultura, ao Esporte, ao turismo e ao lazer.
Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso:
* I – a bens culturais em formato acessível;
* II – a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades culturais e desportivas em formato acessível; e
* III – a monumentos e locais de importância cultural e a espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos.
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento, inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de propriedade intelectual.
§ 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à eliminação, à redução ou à superação de barreiras para a promoção do acesso a todo patrimônio cultural, observadas as normas de acessibilidade, ambientais e de proteção do patrimônio histórico e artístico nacional.
Art. 43. O poder público deve promover a participação da pessoa com deficiência em atividades artísticas, intelectuais, culturais, esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:
* I – incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de recursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas;
* II – assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços prestados por pessoa ou entidade envolvida na organização das atividades de que trata este artigo; e
* III – assegurar a participação da pessoa com deficiência em jogos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as demais pessoas.
Então a pergunta que eu faço é cadê a acessibilidade?
2015:
Participei da viradinha e teve interprete de Libras em todas as atividades, inclusive nos shows que aconteceram ao redor da Biblioteca Monteiro Lobato
Foi uma grata surpresa e muito bom o evento!
2016
A CIL estava em pleno funcionamento na cidade e mesmo assim quase que ficamos sem acessibilidade na viradinha.
Ano passado ao olhar a programação oficial, percebi, assim como a desse ano que não tinha nada acessível.
Para não dizer nada, tinha uma atividade na pinacoteca. Confesso que nem considerei porque essa atividade é algo presente no museu.
Assim que vi, reclamei, mandei email, fiz vídeo e um dia antes da Viradinha, a Secretaria divulgou que o show da Palavra Cantada estaria acessível.
Bingo!
A acessibilidade foi dada em um único show: O da Palavra Cantada!
Na época já achei um retrocesso! Como assim Viradinha sem acessibilidade?
Ao invés de ampliar o serviço quase ficamos sem!
Absurdo!
Mas por fim, conseguimos!
Me lembro que cheguei a oferecer ajuda!
Não querendo cargo, não querendo salário, apenas ajudar!
Torcendo para que a cultura seja para todos!
Um evento tão bacana como esse não pode excluir ninguém e sim incluir!
2017:
Infelizmente o descaso continuou.
Ninguém da secretaria da pessoa com deficiência se preocupou em tornar o evento acessível!
Reclamei, reclamei e nada adiantou. Ninguém me ouviu...Ninguém quis ouvir.
E não me venham com desculpas! Não teve acessibilidade porque não quiseram. Ninguém liga, ninguém se importa!
Ontem, dia 22/05 estive na Câmara de São Paulo em uma audiência pública sobre a LBI e pude fazer essa pergunta para o secretário Cid Torquato que estava ali presente.
A resposta?
Nenhuma!
Antes de abrirem as respostas ele se retirou da plenária.
Minha pergunta continuará ecoando aqui até alguém me responder:
Até quando prezados secretários?
Até quando prefeitura de São Paulo ficaremos sem acessibilidade em um evento oferecido por vocês?
Incluir ou excluir?
Será que não podemos contar nem com a Secretaria da Pessoa com Deficiência? Afinal o trabalho de vocês é para quem mesmo?
Sinceramente eu não sei!
Assim como em 2016 que torci para que a Virada de 2017 fosse acessível, venho hoje desejar o mesmo:
Que 2018 a Virada Cultural assim como a Viradinha seja verdadeiramente acessível e sem desculpas.
Aguardo respostas e Agradeço a atenção
Sabine Schaade